22/12/2024

Cinco conselheiros do TCE são alvos; expediente foi suspenso

A Polícia Federal continua a cumprir mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos conselheiros Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Valter Albano, Sérgio Ricardo e Valdir Teis.

Por conta da ação da PF, autorizada pelo ministro Luiz Fux, do STF, os funcionários do TCE-MT foram dispensados do expediente.

A expectativa é que os agentes continuem na sede do TCE-MT até o final da manhã.

Em delação premiada, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) acusou o conselheiro José Carlos Novellli, do Tribunal de Contas do Estado, de pedir R$ 53 milhões em propina, em 2012, para não prejudicar o andamento de obras do programa MT Integrado, de pavimentação de rodovias.

Em delação homologada pelo STF, Silval disse que o dinheiro seria dividido entre Novelli e os quatro conselheiros que são alvos da PF nesta quinta.

Segundo o ex-governador, o conselheiro exigiu a assinatura de 36 notas promissórias, como garantia do pagamento da propina.

De acordo com o que relatou ao Ministério Público Federal, a propina aos conselheiros seria paga por meio de contratos do Governo com a empresa Gendoc Sistemas e Empreendimentos Ltda.

Apenas um dos contratos com a empresa era no valor de R$ 50 milhões, e tinha como objeto a digitalização, arquivamento e acondicionamento de documentos, como publicações no Diário Oficial do Estado.

Silval relatou que entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões teriam sido pagos em propina pela Gendoc – outros R$ 15 milhões foram pagos a partir de uma desapropriação no bairro Renascer, em Cuiabá.

O ex-governador disse ainda que a negociação com o TCE-MT teria sido intermediada pelo ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, e pelo deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que também teriam recebido propina. Bezerra teria recebido R$ 1 milhão no esquema.

Silval disse que 2014 houve atraso nos pagamentos das propinas e o conselheiro Sérgio Ricardo, atualmente afastado do TCE-MT, paralisou as obras.

O ex-governador teria prometido que o restante da propina seria pago aos conselheiros até o final de 2014, por meio de uma suplementação no duodécimo ao Tribunal de Contas.

 Segundo ele, na decisão que paralisou as obras, o conselheiro apontou irregularidades no MT Integrado e, em seguida, foi feito um TAC para o reinício das obras.

Fonte:  www.midianews.com.br

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