João Bosco da Silva passou a ser dono da Remocenter Serviços Médicos após “calote”
Um dos alvos da 2ª fase da Operação Hypnos, deflagrada nesta quarta-feira (8) pela Polícia Civil, confessou ter intermediado a venda de um triplex no Bairro Morumbi, em São Paulo, pertencente ao ex-comendador João Arcanjo Ribeiro.
Em depoimento a Polícia Civil, João Bosco da Silva disse ser “compadre” de Arcanjo e indicou a venda do apartamento para o empresário Maurício Miranda de Mello, que fez o negócio, mas não lhe repassou o valor da comissão.
Maurício é dono da empresa Remocenter Serviços Médicos, acusada de participar de um esquema que teria desviado R$ 3,2 milhões da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), através de compras fictícias de medicamentos.
O empresário teve o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, mas não foi localizado durante a ação policial e é considerado foragido. O ex-coordenador financeiro da Empresa Cuiabana, Eduardo Pereira Vasconcelos, foi preso.
Conforme João Bosco, após não receber a comissão, Maurício sugeriu passar a Remocenter para o nome dele para receber a dívida com a atividade da empresa.
“Que entrou na empresa apenas para receber uma dívida, sendo que a empresa não vendia nada e não prestava nenhum serviço; Que essa dívida surgiu porque o interrogado intermediaria a venda de um apartamento triplex no Bairro Morumbi em São Paulo pertencente ao seu compadre João Arcanjo Ribeiro, que contudo, não estava no nome deste último”, diz trecho do documento.
“Que então passou a intermediação dessa venda para Mauricio Mello, o qual realizou o negócio e não lhe repassou o valor da comissão; Que em razão disso, Maurício sugeriu passar a Remocenter para o nome do interrogado, a fim de que este pudesse receber a dívida com a atividade da empresa”, diz outro trecho.
A promessa era de algumas ambulâncias da empresa seria repassada para o seu nome, mas isso não aconteceu por causa da descoberta dos esquemas dos respiradores envolvendo a Remocenter.
“Que após descobrir os problemas da empresa disse a Maurício que não queria mais ficar com empresa em seu nome e por isso Maurício transferiu para o nome da irmã; Que acredita que a Remocenter existia só no papel; Que Maurício sempre foi o responsável por comandar a empresa desde antes da alteração da Sede para Cuiabá”, finalizou.
A Hypnos
A 2ª fase da operação também cumpriu a suspensão do exercício de função pública dos servidores Jussiane Beatriz Perotto, Raquell Proença Arantes e João Victor Silva do setor de farmácia da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).
Além de aplicação de medidas cautelares à Monica Cristina Miranda dos Santos, João Bosco da Silva, Gilmar Fortunato, Nadir Ferreira Soares Camargo da Silva, Raquell Proença Arantes, Jossiane Beatriz Perotto, João Batista de Deus Júnior e João Victor Silva.
Eles estão proibidos de acessarem as dependências administrativas da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, do Hospital Municipal de Cuiabá e do Hospital Municipal São Benedito.
Também cumpriu o sequestro de bens de R$ 3,2 milhões contra todos os acusados e as empresas registradas no nome de um deles.O ex-secretário de Saúde da Capital, Célio Rodrigues, foi preso na 1ª fase da operação, deflagrada no mês passado.
FONTE: MÍDIA NEWS