Investimento é de R$ 2,5 milhões também tem objetivo de acabar com os engarrafamentos
(Por Caroline Rodrigues, O livre)
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Pessoas que trabalham ou transitam diariamente em frente ao Terminal Rodoviário de Cuiabá têm opiniões divergentes sobre a construção de uma passarela de pedestres, anunciada na semana passada pela Prefeitura de Cuiabá.
O investimento de R$ 2,5 milhões tem a função de acabar com os engarrafamentos na Avenida República do Líbano, porém, muitos questionam a eficácia da ação.
Entre os descrentes está o moto-taxista José Antônio da Silva. Ele trabalha há 34 anos no mesmo local e defende que a intervenção será apenas mais uma das que foram feitas sem sucesso.
Ele lembra da retirada da rotatória e construção do desvio por dentro do terminal. “É muito fluxo e, como a região da saída para a Chapada está se desenvolvendo, vai aumentar cada vez mais”.
Na opinião de José, outra dificuldade será a questão cultural. Ele acredita que muitos ainda vão preferir passar pelo meio da via, porque o trecho é curto. “As pessoas não querem perder tempo dando voltas”.
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Divergentes
Já o operador de empilhadeira Roniel Lima da Silva, 22, acredita que a estrutura ajudará os pedestres. Ele diz que muitas vezes as pessoas precisam passar correndo porque o tempo do semáforo é muito curto para a travessia.
Ele avalia ainda que, mesmo dando uma volta para chegar até o outro lado, é mais rápido que esperar no semáforo, além de acabar com o risco de atropelamentos.
A comerciante Rosimeire Falcão também é favorável à estrutura, mas o argumento dela é outro. Com a construção dos alambrados no canteiro, todos serão obrigados a passar pela passarela e, como consequência, passar na frente da loja dela.
“Acho que aumentará meus clientes significativamente”.
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Pedestres em foco
Secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, Antenor Figueiredo diz que a passarela é uma demanda antiga e tem como função principal garantir a segurança dos pedestres.
Como o hábito das pessoas não é de usar este tipo de travessia, serão instaladas grades nos canteiros. Elas servirão como corredor e conduzirão as pessoas ao local certo.
“É uma forma de criar a cultura do uso da passarela. Existe ainda a possibilidade de multa, mas isso é em caso extremo”.
Apagando o fogo
Com relação ao trânsito, ele esclarece que a intervenção será paliativa e acrescida de novas mudanças, que estão sendo estudadas pela equipe de engenharia de tráfego. Uma delas, ele adianta, pode ser a mudança de sentido da avenida República do Líbano.
“Ali é um cenário difícil porque não temos mais a possibilidade de expandir ou alargar avenidas. E o fluxo aumentou muito devido a duas situações: a enxurrada de carros, motivada pelas condições do transporte público, e a falta de ordenamento urbano”.
Não há eficiência sem planejamento
Figueiro explica que Cuiabá tem o mesmo problemas das cidades de grande porte. O crescimento não aconteceu acompanhada de um plano diretor.
“Hoje tentamos agir junto com as pastas de Meio Ambiente e Ordem Pública. Mas, muitas situações já são antigas e a única alternativa é reduzir o impacto”.
A falta de interação entre as secretarias fez com que o trânsito, considerado um dos principais obstáculos da vida urbana, ficasse em último plano, defende o secretário.
O resultado é visto nos empreendimentos abertos perto de vias saturadas. Tudo isso em paralelo aos vazios urbanos, onde a estrutura de trânsito está pronta.
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Ficha técnica
A construção da passarela foi lançada em 17 de julho e o contrato prevê a conclusão em 120 dias. De acordo com o secretário, a população poderá ver o começo do trabalho já na próxima semana.
Por enquanto, estão sendo instalados os banheiros químicos e o canteiro de obras. Em seguida, serão entregues os tubos e a estrutura metálica.
Conforme o projeto, a passarela contará com dois elevadores que vão proporcionar acessibilidade às pessoas com deficiência física e idosos.
FONTE: https://olivre.com.br