Maria Dimpina Lobo Duarte e Maria de Arruda Müller foram as principais cronistas da revista literária
Numa época em que poucas mulheres estudavam, algumas mato-grossenses idealizaram e mantiveram uma revista para mulheres durante quatro décadas do século passado. Elas fundaram o Grêmio Literário Júlia Lopes de Almeida, responsável pela publicação da revista A Violeta, que representou a abertura de espaço para que mulheres escrevessem sobre os mais variados temas: literatura, saúde, sociedade, política, e a defesa da escolarização e profissionalização do sexo feminino.
O periódico foi o único organizado, redigido e dirigido só por mulheres no estado. Circulou entre 1916 e 1950, e teve em seu corpo editorial mulheres letradas pertencentes às classes média e alta da sociedade, a maioria delas de famílias tradicionais, entre escritoras, professoras, funcionárias públicas e donas de casa.
Na sua concepção, o Grêmio Literário homenageou a escritora carioca Júlia Lopes de Almeida, romancista carioca que tem extensa lista de obras publicadas. À distância, ela colaborava como patrona da publicação, conforme relatos encontrados na revista.
O periódico cabe nas mãos com o formato pequeno de impressão, 15,5 x 22,5 cm. Contos, poesias, colunas sociais, artigos de opinião, notícias, e até textos assinados com pseudônimos tratavam de temas de interesse feminino da época, sem deixar de lado assuntos de relevância nacional, como a própria abolição da escravatura.
FONTE: http://www.midianews.com.br