“Concordo com o presidente, se fosse para fazer uma prova de admissão nos moldes da OAB como condicionante para exercer profissão seria absurdo, porque olha quantos anos leva para formar um médico. Mas, para garantir que a sociedade vai ter profissional legal, terá que haver uma modernização na fórmula”, declarou ao Estado/Broadcast Político.
Futuro ministro considera lei brasileira desatualizada
Ele destacou que a lei que dispõe sobre os Conselhos de Medicina é de 1957 e está desatualizada. “O tempo de vida útil de um profissional é 41 anos. Nesses 41 anos, a única coisa que ele fez foi a inscrição no conselho quando tinha 25 anos. Precisa ter monitoramento de como estão se desenvolvendo.”
Mandetta avaliou que a exigência não necessariamente precisaria ser feita através de provas. Os profissionais podem, por exemplo, ser estimulados a participar de congressos com acúmulo de pontos. Ele citou o caso dos Estados Unidos, onde existe a Educação Médica Continuada obrigatória para exercício de profissões médicas. “Hoje a gente precisa pensar como acompanhar esse profissional durante a sua vida profissional. O que não dá é deixar de monitorar, trazer capacitação, trazer frequência nas universidades como alternativa.”
Embora tenha dito que não é favorável ao exame de certificação para recém formados, citou entre as propostas um texto que está no Senado com exame de proficiência obrigatório. Lembrou, ainda, de outro projeto da Câmara que busca “trazer o âmbito de carreira” para a área da saúde, com sistema de pontuações. Para ele, “é necessário organizar discussão e fazer marco regulatório”.
Após o rompimento do contrato dos Mais Médicos com Cuba, neste mês, Bolsonaro afirmou que pretendia exigir o Revalida para todos os médicos formados no exterior que quisessem atuar no país. Além disso, argumentou que se os cubanos fossem bons profissionais teriam feito o exame.
No sábado, 24, em agenda também com militares, no aniversário de 73 anos da brigada da Infantaria de Pára-quedista, Bolsonaro disse que o Mais Médicos “destruiu famílias”, pois muitos cubanos que têm famílias em Cuba constituíram famílias no Brasil. Também afirmou que cubanos viviam em regime de “semi-escravidão” no País.
Fonte: www.terra.com.br