Quando tentou se eleger deputado estadual pela primeira vez, em 2010, o apresentador de televisão Jajah Neves (SD) declarou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso que possuía pouco mais de R$ 80 mil em bens, divididos entre um veículo e uma participação societária. Alguns anos se passaram e em 2014, quando ele disputou uma vaga na Assembleia Legislativa outra vez, sua empresa registrou crescimento e o patrimônio do então candidato aumentou em torno de R$ 100 mil.
Jajah não se elegeu naquelas eleições, mas ocupou a suplência de Wilson Santos (PSDB), exercendo boa parte do mandato do tucano. De lá para cá, conforme a declaração de bens entregue ao TRE, o suplente de deputado registrou uma evolução patrimonial invejável, que hoje passa a casa dos R$ 2 milhões.
A reportagem apurou, junto ao TRE-MT, que nas declarações de bens apresentadas nos anos anteriores, Jajah possuía além da participação societária, um veículo Kia Cerato. Ele se desfez do carro, que custava algo em torno de R$ 35 mil, e atualmente dirige um Bmw 320I, avaliado R$ 110 mil.
De 2014 para cá, a empresa Atual Assessoria de Produção da qual Jajah é sócio também aumentou seu valor de mercado, passando a valer R$ 280 mil – a cota que lhe cabe. Mas a cifra que mais chama atenção na declaração de bens do candidato é quantia “em espécie” que ele possui: R$ 960 mil.
Jajah declarou também possuir dois apartamentos, localizados em Várzea Grande, e aplicações em bancos. Ao todo, os bens do parlamentar atingem R$ 2.619.386,81.
Recentemente, o TRE negou o pedido de registro de candidatura de Jajah e o tornou inelegível por oito anos. Jajah teve seu mandato cassado em decisão do dia 22 de agosto, pela distribuição de santinhos contendo a foto de Jajah e seu irmão Ademar, induzindo o eleitor ao erro.
A defesa do suplente de deputado, no entanto, recorreu da decisão e garantiu ao candidato a possibilidade de continuar sua campanha e ter seu nome inserido na urna eletrônica. O indeferimento ainda não foi extinto, podendo o recurso ser julgado ainda antes das eleições, ou depois. Segundo o advogado Almino Afonso, caso o recurso seja negado pela Justiça Eleitoral de Mato Grosso, a defesa irá recorrer a Brasília.