Por José Lucas Salvani, do Olhardireto)
Alunos tomaram conta da sede da Secretaria de Estado da Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) em protesto contra o fechamento da Escola Estadual Nilo Póvoas na manhã desta sexta-feira (24). Os alunos reivindicaram também uma reunião com a secretária Marioneide Angelica Kliemaschewsk, mas só conseguiram ser ouvidos pela secretária adjunta Rosa Maria Araújo Luzardo. Os alunos também cogitaram uma ocupação, mas ainda irão deliberar sobre os próximos passos.
“O protesto é para que a Secretaria da Educação volte atrás”, explica o professor de química, Marco Ramos, de 49 anos. Os alunos conseguiram uma reunião somente com a secretária adjunta, com quem já haviam conversado. De acordo com o professor, a secretária Rosa Maria apenas explicou o porquê da decisão de fechar a unidade escolar.
“Essa equipe técnica nunca visitou a escola, a Nilo Póvoas e nem a Epaminondas. Que equipe técnica é essa que nem sai a campo?”, questionou. No início de janeiro, quando foi anunciado o fechamento, Seduc-MT informou que está fazendo processo de reordenamento da rede estadual, para otimizar os recursos financeiros, potencializar os espaços, melhorar a estrutura física das unidades e a demanda do atendimento aos alunos.
O protesto teve início por volta das 8h da manhã e chegou ao fim por volta do 12h. Os alunos ainda irão se reunir mais uma vez para deliberar se irão retornar para a sede da Seduc ou se irão tomar alguma outra providência. De acordo com o processor, os alunos cogitaram ocupar a sede, mas ainda não há nada definido.
Emanuel Pinheiro (MDB), prefeito de Cuiabá, propôs ao Governo de Estado, por meio de artigo, que o espaço seja cedido à capital mato-grossense. No texto publicado na terça-feira, o prefeito defende que transformar a unidade de ensino em uma escola municipal irá resolver o problema do Estado e ajudará na educação em Cuiabá, com a abertura de cerca de mil novas vagas, além da economia de R$ 6 milhões aos cofres do município.
A resposta do Governo foi dada na quinta-feira (23), por meio do secretário da Casa Civil, Mauro Carvalho. Ele ironizou um dos discursos mais populares do emedebista e o acusou de buscar mero “confronto” com o Paiaguás.
Questionado sobre o assunto durante entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real FM, o governador Mauro Mendes indagou por que o prefeito não teve a mesma iniciativa com a Santa Casa de Misericórdia, que ficou de portas fechadas por 60 dias e precisou da intervenção do Estado para voltar a funcionar.
“Não quero entrar neste debate com o Emanuel Pinheiro. Ele vai ter que explicar muita coisa para população. Vai ter as eleições, não sei se ele vai ser candidato, mas ele vai ter a oportunidade de explicar na eleição as falsas verdades que vieram à tona. Vai ter que explicar os escândalos que estão pipocando na prefeitura, pois toda hora o Ministério Público abre inquérito”, afirmou o governador deixando a entender que não aceitará a proposta feita pela prefeitura.
O Olhar Direto entrou em contato com a Seduc-MT sobre o protesto, mas até o momento não obteve resposta.