18/10/2024

AROMATERAPIA EM ALTA Óleos essenciais podem ser utilizados, mas não substituem medicamentos

(Por Aline Costa – Especial para o Gazeta Digital)

Freepik/ Reprodução

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Gotinhas para ansiedade, outras para apagar cicatrizes e mais algumas para regular o sono, misture mais algumas e você terá um poderoso anti-inflamatório. São essas as promessas de muitos óleos essenciais, considerados uma forma alternativa e limpa de cuidar da saúde. Sua funcionalidade, porém, divide opiniões. Existem aqueles que não acreditam e há pessoas que têm coleções.

Uma coisa é fato: alguns óleos essenciais específicos têm estudos em desenvolvimento e o mercado para esse insumo cresce não só no Brasil, como também no mundo. De acordo com um levantamento da Kantar Worldpanel, metade dos consumidores opta por produtos com ingredientes naturais quando se trata de cuidados pessoais. Para dar luz ao tema, o Gazeta Digital conversou com Jackeline Campelo Barbosa Delgadillo, farmacêutica há 10 anos que hoje atua na área de estética e é uma grande defensora dos óleos essenciais.

 

Jackeline explica que a aromaterapia, ou o ato de cuidar e tratar com óleos essenciais é algo que existe há muito tempo. Registros mostram que a prática recebeu esse nome por volta do século XX e continuou em expansão até hoje em um mercado que, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), movimentou cerca de US$10,3 bilhões na última década. Esse valor corresponde a 253 mil toneladas do produto.

 

Apesar do alto nível de consumo, os óleos essenciais não são milagrosos e não devem ser utilizados como forma principal de tratamento. Podem funcionar como terapia alternativa e deve-se ter atenção com a forma de uso de cada um, pois, assim, como chás e medicamentos fitoterápicos, eles também têm contraindicações e podem ter efeitos colaterais.

 

“O óleo essencial de hortelã-pimenta, por exemplo, uma gota dele é 70 vezes mais potente que a própria folha. Então, se a pessoa for consumir um chazinho, o óleo essencial é 70 vezes mais forte que um chá, mas ele não pode ter contato com a mucosa porque pode causar queimaduras. Então, essa é a pegada, depende de como utiliza e pela indicação”, explica ela.

 

Dentre as pessoas que utilizam a aromaterapia está Sarah Gonçalves, engenheira agrônoma e moradora de Cuiabá que conheceu a prática há cerca de dois anos. Hoje, ela tem coleção de óleos essenciais e conta que sua forma principal de utilização é por meio do ar e da aplicação sobre as mãos. Ela coloca os óleos em difusores, umidificadores e tem vários deles em diferentes espaços, inclusive no trabalho.

 

Ela adotou a aromaterapia após ler sobre os benefícios e passou a fazer o uso principalmente para se acalmar e para a respiração. Apesar disso, a engenheira agrônoma destaca que em casos mais sérios ela não trocaria um medicamento de farmácia por um óleo essencial.

 

“Me acalma quando eu preciso e me auxilia na parte respiratória, então eu gosto bastante de utilizar, principalmente quando eu trabalho. Além disso, eu uso o de lavanda para dormir e tem me ajudado muito, assim como minha família”, explicou Sarah.

 

O que a ciência diz?
Enquanto existem os adeptos e os céticos dos óleos essenciais, a ciência também tem suas controvérsias e estudos em desenvolvimento sobre o tema.

Reprodução

Jackeline Campelo Barbosa Delgadillo, FARMACÊUTICA

Jackeline Campelo, farmacêutica desde 2014

Jackeline, a farmacêutica, conta que os óleos essenciais, por serem extratos de plantas, possuem substâncias capazes de ajudar em certos fatores do organismo. Quando inalados, podem afetar o sistema límbico, uma parte do cérebro, e influenciar no sistema nervoso central. A forma mais adequada de uso depende de cada substância, podendo ser passado, ingerido ou inalado.

 

“Cada organismo às vezes demanda de um ou outro tipo de tratamento, então isso interfere não só na qualidade do óleo mas também da questão do organismo da pessoa. O óleo essencial, vai fazer um efeito sim. Por exemplo, quando a gente faz um cremezinho, e passa o óleo essencial, ele vai ser absorvido pela nossa pele e pode chegar até a corrente sanguínea. Então ele tem absorção. Assim, eles têm comprovação científica, nem sempre todas as plantas têm todo o estudo, porque nessa parte de fitoterapia nem sempre a gente tem todo o apoio na investigação”, destacou.

 

Portanto, dentro da aromaterapia existem vários óleos essenciais, cada um com extratos de plantas diferentes e cada planta precisa ser estudada de forma individual, assim como sua forma de uso. Alguns têm contraindicações e não podem ser aplicados diretamente na pele com o risco de causar queimaduras.

 

Óleos Essenciais ou Essências?
Mesmo com o nome de óleos essenciais, a maior parte deles não tem a forma oleosa, mas sim parecida com um álcool.

 

Os óleos essenciais são substâncias diferentes das essências e dos óleos vegetais. Um óleo de coco, por exemplo, não é o mesmo que um óleo essencial de coco, assim como a essência não é o mesmo que um óleo essencial.

 

“O óleo essencial é o óleo puro e nem todo óleo essencial vai ter o cheirinho da planta, que é a essência. Então, alguns óleos essenciais são aromáticos e têm cheiros, outros são apenas a essência, que é o extrato da essência da planta, sem as substâncias”, finaliza ela.

 

O preço elevado dos óleos essenciais é algo que vem dos processos para extrair o extrato das substâncias da planta. Jackeline explica que hoje são encontrados óleos a preços mais acessíveis à venda, mas que, é comum entrar os óleos mais puros a um preço maior.

Fonte:https://www.gazetadigital.com.br/editorias/cidades/leos-essenciais-podem-ser-utilizados-mas-no-substituem-medicamentos/775040

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