Conforme dados da OMS, 90% dos casos poderiam ser evitados com acolhimento das vítimas
Como agir em caso de suicídio iminente? Como identificar um potencial suicida? O que falar? E, como se posicionar e quem procurar?
Essas são algumas perguntas respondidas durante a Capacitação de Prevenção e Posvenção do Suicídio, ministrado pelo idealizador do Projeto “Tenho Depressão. E, agora?”, Alan Barros.
No evento, ele apresentou aos participantes – professores, profissionais da área de saúde, recursos humanos, assistentes sociais e estudantes – a metodologia A.P.O.I.A.R.
O que significa cada letra
O primeiro passo é aprender, de acordo com a ferramenta. Barros explica que mesmo com os tabus que envolvem o tema, as pessoas precisam buscar informações para poder identificar os comportamentos suicidas, bem como os fatores que estimulam estas
Depois, vem a segunda etapa que é perguntar. “Não podemos ter receio de perguntar para pessoas. Lógico que não de forma rude. Mas existem perguntas-chaves que podem ajudar”.
No rol das indagações indicadas está: “Está pensando em se machucar?” ou “você está pensando em acabar com sua vida?”.
Barros lembra que não pode se ter medo de questionar diretamente. Principalmente, pelo fato de que 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados com acolhimento, defende a OMS.
Sem julgamentos
Em seguida, vem a fase mais importante, que é ouvir e não opinar. “Sem julgamentos ou avaliar a vida do outro em comparação a sua. O ideal é perguntar se ele quer falar com você ou tem outra pessoa que confie”.
Quando a pessoa optar por se abrir, Barros lembra que não pode se prometer segredo porque estes casos não são passiveis de segredo.
“Obvio que não é para usar redes sociais para falar. Mas, é preciso acionar a direção da escola, os pais ou algum profissional especializado. Antes perder a amizade do que aprender o amigo”.
Depois é a hora de incluir. Significa dizer que ela é importante, mostrar que “o suicídio uma saída definitiva para um problema momentâneo”.
E, não pode se esquecer de agir. Tentar marcar uma consulta com um profissional. Chamar uma assistente social ou orientar a pessoa a frequentar um grupo de apoio, que possa ajudá-la.
Quando for um caso extremo, chamar o Samu e o Corpo de Bombeiros.
O último passo é reconectar a pessoa com o mundo e com as coisas que são importantes para ela.
Seminário
O evento teve a participação de 600 pessoas e aconteceu na terça-feira (17), no Teatro Zulmira Canavarros, em Cuiabá.
Além da capacitação de prevenção e posvenção de suicídio, houve a apresentação de vários profissionais de entidades diversas, entre elas a UFMT e os conselhos de Psicologia e Psiquiatria, além do CVV.
FONTE: https://olivre.com.br