(Por: Cíntia Borges)
O deputado federal Nelson Barbudo (PSL) voltou a defender a senadora Selma Arruda (PSL) das acusações de ter feito caixa 2 durante a campanha eleitoral em 2018.
Recentemente, o Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do diploma da senadora Selma Arruda (PSL) e de seus suplentes Gilberto Possamai e Clerie Fabiana.
Segundo a ação, Selma teria realizado arrecadação e gastos ilícitos de recursos, combinados com a prática de abuso de poder econômico, durante campanha.
Barbudo afirma que acompanhou a campanha da correligionária, e afirma que ela não fez caixa 2.
“A doutora Selma não pegou dinheiro de caixa dois. […] Eu conheço a índole dela, estive junto com ela em vários momentos da campanha, e nunca testemunhei nenhum quesito em que ela utilizasse caixa dois. Eu acho que a Justiça vai absolvê-la”, disse o parlamentar.
De acordo com a Procuradoria Regional Eleitoral, ficou comprovado no processo que integrantes da chapa da candidata abusaram de poder econômico, assim como praticaram caixa 2 ao contraírem despesas de natureza tipicamente eleitoral.
“Caixa dois é quando uma empresa dá o dinheiro por fora e a pessoa não declara. O dinheiro que ela usou, ela pagou as despesas com cheque nominal. Eu não sou jurista, mas entendo que quem paga despesa de pré-campanha com cheque nominal não está fazendo caixa dois”, afirmou.
Possível cassação
Na ação proposta pelo MP Eleitoral, além da perda do mandato, é pedida ainda a inelegibilidade e, como consequência, que sejam realizadas novas eleições para o preenchimento de uma vaga de senador.
Nos bastidores, vislumbra a possibilidade de Barbudo ser um dos candidatos ao Senado, caso ocorra novas eleições.
Ele, no entanto, evita tecer comentários sobre o assunto. “Eu não posso enterrar defunto vivo”, afirmou.
“Como eu confio que ela seja absolvida, eu espero não ter que me candidatar. Eu confio na Justiça e a Justiça vai absolve a Selma, porque no meu entendimento, ela não deve”, afirmou.
Reprovação de contas
Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) reprovou as contas de campanha da senadora, em sessão do dia 24 de janeiro.
A reprovação seguiu parecer da Procuradoria Regional Eleitoral, que apontava irregularidades na prestação de contas.
Em seu voto, o juiz relatou seis inconsistências que foram aponadas pelo Ministério Público Eleitoral e pela Coordenadoria de Controle Interno e Auditoria do TRE.
Outra irregularidade salientada pelo magistrado foi que uma pessoa que trabalhou na campanha de Selma recebeu R$ 4,3 mil da então pré-candidata ao Senado, “o que poderia caracterizar antecipação de pagamentos ou pagamento de serviços típicos de campanha antes do período eleitoral.