Braçadeira, homem de confiança de Abel, novo contrato, gol de bicicleta… Camisa 10 dá volta por cima após incertezas e tem fase decisiva do Carioca e Libertadores como desafios
Um dos jogadores com mais tempo de casa e jogos do atual elenco, Diego conhece bem a montanha-russa do Flamengo. Ele próprio já passou por altos e baixos, em quase três anos de Gávea. Novamente em boa fase com a camisa rubro-negra, recuperou a confiança interna e das arquibancadas, e deixou para trás o seu momento mais complicado.
Talvez ainda seja cedo para avaliar, foram apenas alguns jogos na Flórida Cup e no Carioca, mas é fato que Diego tem dado a volta por cima. Hoje é capitão e homem de confiança de Abel Braga. Recebeu dele a braçadeira, que pertencia ao zagueiro Réver em 2018. Além disso, com contrato recém-renovado até dezembro de 2020, tem feito bons jogos.
O gol de bicicleta, contra a Cabofriense, no último domingo, foi a cereja do bolo.
Abel: papo, moral e braçadeira
Ano novo, vida nova! Diego levou ao pé da letra a frase clichê de fim de ano. Na reta final de 2018, o cenário apontava para o fim do ciclo no Flamengo. Ele perdeu a titularidade com Dorival Júnior e foi contestado por parte da torcida. Não reclamou. Com proposta de três anos do Orlando City, a renovação parecia improvável. Até por aparente desinteresse do clube carioca, onde o camisa 10 já não era unanimidade.
A troca de presidência no Flamengo e, especialmente, a chegada de Abel Braga, mudaram os rumos da negociação, assim como a postura do próprio Diego.
O camisa 10 conversou com o treinador e balançou com o interesse do clube em mantê-lo. Não com os números, uma vez que renovou com por valores menores. O projeto, a moral dada por Abel e a vontade de conquistar títulos importantes, com um elenco cada vez mais estrelado, foram fundamentais para o acerto. Embora um período na MLS ao término do contrato não esteja descartado.
No novo contrato, não teve aumento e nem luvas. O meia receberá o mesmo montante do vínculo atual com uma diferença: o que era líquido agora será bruto. Ou seja, haverá pequena redução. Com dois anos e meio no clube, Diego não viu motivos para sair justamente em um ano visto com tanto otimismo.
E ganhou pontos com a torcida que, de certa forma, surpreendeu-se positivamente com a postura do jogador.
– Alguns momentos foram difíceis. Tive algumas propostas, como a do Orlando City. Me fizeram refletir. Qualquer que fosse a decisão, eu deveria ter razão para decidir. Com a emoção, pesou o Flamengo (…) O sentimento foi de que a história não terminou. Lógico que o desafio me motiva – disse Diego, ao renovar.
O desejo de ficar marcado por títulos pesou, assim como o carinho que recebeu de Abel Braga. Muito elogiado pelo treinador, ele se sentiu valorizado. De fato, Abel está encantando com seu camisa 10. Não somente com o futebol, mas com o profissionalismo do meia. Ele pretende fazer do jogador um de seus líderes em campo.
Início animador e desafios pela frente
Houve quem apostasse que Diego perderia espaço com as contratações badaladas do Flamengo, mas as chegadas de Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique, pelo menos em um primeiro momento, parecem ter feito bem a Diego. Além de terem qualificado o elenco, ele tem jogado sem o peso de ser o principal protagonista do elenco.
Com Abel, Diego também voltou a atuar mais próximo da área, posição ocupada por Lucas Paquetá na maior parte da temporada passada. A presença na área tem sido constante, algo que aconteceu com menos frequência em 2018.
No entanto, as principais críticas em relação a Diego desde 2016 se deram pelas atuações discretas em jogos importantes. Foi assim nas decisões da Copa do Brasil e da Sul-Americana, em 2017, e em partidas importantes da Libertadores.
Novamente em alta e cheio de moral, Diego terá em breve novas oportunidades de mudar essa história. A começar pelo clássico contra o Fluminense, sábado, no Maracanã. A semifinal da Taça Guanabara será o primeiro grande teste do novo Flamengo. E também da versão 2019 de Diego.
A conferir.
Fonte: https://globoesporte.globo.com