07/09/2024

Bombeiros: “Após 48 horas, é mais difícil encontrar sobreviventes”

(Por: Fabíola Perez)

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, que atua nas operações de resgate de Brumadinho, em Minas Gerais, o tenente Pedro Aihara, afirmou nesta segunda-feira (28) que após 48 horas de operação é muito difícil encontrar sobreviventes. “Em um desabamento de prédio, por exemplo, existem bolsões de ar, quando se tem toda essa lama é diferente porque não há acessos para a entrada do ar.”

De acordo com o tenente Aihara, o rompimento de uma barragem de mineração não é considerado um desastre “tradicional”. Isso porque a quantidade de lama que se locomove dificulta o acesso aos locais atingidos pela quantidade de rejeitos. O acesso aos locais afetados ocorre, basicamente, por meio de helicópteros.

“É muito difícil trabalhar com a expectativa de encontrar 100% dos corpos”, afirmou o porta-voz da corporação. Segundo o tenente, foram encontradas parte de corpos em meio às buscas. “Isso ocorre devido à força da lama.” No entanto, Aihara afirma que o objetivo dos Bombeiros é recuperar o maior número possível de vítimas nas próximas semanas.

Pousada devastada

Os bombeiros fizeram um acesso e diversas varreduras onde estava a Pousada Nova Instância para localizar vítimas, porém, com as operações ficou comprovado que a estrutura foi levada pelo rejeitos. Havia pelo menos 35 pessoas no local. “A edificação foi completamente movida”, diz.

Em relação ao segundo ônibus encontrado, o Corpo de Bombeiros afirmou que retomou as buscas por vítimas nesta segunda-feira às 4h. “Avançamos durante a noite, mas pela falta de luz só conseguimos dar continuidade na madrugada de hoje, precisávamos de aparelhos de iluminação. A operação estava insustentável, não existia oferta de luz e tivemos que encerrar”, afirmou. “Com ferramentas de corte conseguimos abrir um acesso, mas não dá para retirar o ônibus no momento.”

Até o início da manhã dessa segunda-feira, o número de mortos chegou a 58. Entre os corpos localizados, somente 19 foram oficialmente identificados. As informações apontam ainda que 361 pessoas foram localizadas e 192 resgatadas pelas operações. O número de desaparecidos chegou a 305 devido às novas manifestações de familiares.

Legado de Mariana

A tragédia em Brumadinho já é considerada um dos maiores desastres ambientais do país. O tenente explicou ainda que, apesar das dificuldades, o Corpo de Bombeiros tem a experiência de atuar em situações como essas em função do rompimento da barragem em Mariana, também em Minas Gerais. “Trazemos como experiência a doutrina de busca, utilização de recursos tecnológicos, georeferenciamento, o conhecimento de para onde os corpos foram levados, onde estão os maiores locais de retenção que detem o curso da lama.”

Quando a lama sedimenta, segundo o porta-voz dos Bombeiros, facilita a locomoção das equipes e permite o uso de máquinas pesadas. “Nas primeiras 48 horas não operamos com máquinas pesadas, depois disso já conseguimos utilizare esse equipamento”, disse o tentente.

Em relação ao grupo de cerca de 130 militares, médicos, engenheiros, bombeiros e técnicos de Israel que começa a atuar na manhã desta segunda-feira na cidade, o tenente afirmou que se trata de uma ajuda bem-vinda. “As operações dos israelenses será coordenada por nós também. Teremos reuniões de alinhamento para definir os trabalhos”, diz Aihara. Uma reunião ocorrerá nesta manhã para definir a atuação dos grupos.

Sirenes de evacuação 

Na madrugada de domingo (27), moradores foram acordados ao som de sirenes que alertavam um possível novo desabamento após uma barragem da Vale atingir um nível considerado crítico. No dia 28, nível da água baixou e barragem deixou de oferecer altos riscos.

Fonte: noticias.r7.com

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