A exemplo do último debate, realizado pela TV Centro América, em que os candidatos ao Governo de Mato Grosso evitaram ao máximo dirigir perguntas ao governador Pedro Taques (PSDB), na manhã desta quinta-feira (04) o tucano se viu novamente isolado. Em debate proposto pela Rádio Centro América FM, Taques assistiu aos seus adversários digladiarem, lançando ataques principalmente ao ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), por conta de ações que não foram realizadas, segundo eles, na Capital.
“Muito mais do que palavras, falam por nós os nossos exemplos. Qualquer candidato pode chegar aqui, decorar alguns números, falar, falar, mas isso não demonstra capacidade de fazer. Eu falo pelos meus exemplos. Quando eu tive oportunidade de ser prefeito de Cuiabá eu fiz redução de gastos e apliquei na cidade. Foi por isso que saí com mais de 80% de aprovação”, rebateu Mauro Mendes, ao ser criticado por Arthur Nogueira já no início do debate.
Logo em seguida, Wellington Fagundes (PR), que até então mantinha um dos discursos mais pacíficos observados entre os cinco candidatos ao Governo, pesou o tom da fala também contra Mauro Mendes.
O senador citou as obras que foram “deixadas para trás” por Mauro Mendes, que não deixou por menos e comparou o senador a políticos que fazem carreira nos cargos públicos, citando os quase 30 anos de mandato do republicano.
“O candidato diz que é falta de respeito deixar obra parada. E verdadeiramente. Aqui nós temos dois que deixaram obras paradas: o atual governador e o candidato Mauro, que foi prefeito. Obras inacabadas são especialidade dos dois”, iniciou Fagundes.
“Aquele que vive da política, fala que fez tudo através das emendas e falta com a verdade quando fala da minha administração que ele não conhece”, continuou Mauro Mendes, voltando a destacar sua aprovação ao deixar a Prefeitura de Cuiabá.
Empolgado pelo clima de críticas a Mauro Mendes, Arthur Nogueira (Rede), ao ser questionado sobre suas propostas para a saúde, também se dirigiu ao democrata. “Mauro, a saúde não foi o forte da sua gestão em Cuiabá, a qual o senhor fala que teve 80% de aprovação. O Sindicato dos Médicos foi desrespeitado por vossa excelência. Isso já mostra sua falta de compromisso”, declarou, concordando com Fagundes no tocando às obras que não foram finalizadas. Mauro não rebateu os ataques, mas disse que os adversários não podiam “faltar com a verdade para enganar o eleitor”.
Pedro Taques sequer foi mencionado pelos candidatos no 1º bloco do debate, que não lhe dirigiram nenhuma pergunta. O candidato Moisés Franz (PSol) não compareceu, segundo sua assessoria, por conta de dores na garganta.
No segundo bloco do debate, quando a jornalista Luzimar Collares e o analista político Alfredo da Mota Menezes passaram a fazer perguntas aos candidatos, Pedro Taques pôde falar. Questionado sobre seu alto índice de rejeição, o tucano afirmou que “isso é normal” para quem detém mandato em curso.
“Essa famosa rejeição ela vem caindo assim que o cidadão toma conhecimento do que fizemos. Ela já esteve em patamares elevados, hoje está em 26% a 30%, o que é absolutamente normal para quem está no exercício do mandato. Essa rejeição era administrativa, porque as pessoas não sabiam o que fizemos”, considerou.
O governador aproveitou para repetir uma das frases que mais utilizou nessa campanha, de que “cortou o leitinho” de seus ex-aliados, justificando assim o porquê de estar isolado politicamente nestas eleições.
Um dos últimos pontos altos do debate foi quando Arthur Nogueira citou um vídeo, divulgado por alguns sites, que mostravam o deputado Valtenir Pereira (MDB) recebendo maços de dinheiro. Embora não revelasse nada além disso, o vídeo foi apagado pelos veículos de comunicação, sob a justificativa de que se tratava de uma gravação de 2010, sem relação com a campanha deste ano.
Arthur Nogueira, no entanto, lembrou que Valtenir faz parte do grupo de Mauro Mendes e perguntou ao candidato o que pretende fazer parar barrar a corrupção.
“Nós temos que dizer que nessa reta final das eleições os adversários criaram uma verdadeira quadrilha para esparramar mentiras na internet para tentar enganar o eleitor. Vídeos são produzidos de forma anônima, com trucagem, com falsas verdades, com mentiras deslavadas. Esse vídeo que o senhor cita é de 2010, que eles tentam enganar o eleitor dizendo que é de agora. É lamentável que na reta final, no desespero, nossos adversários tentem criar fake news de forma criminosa. Mas o eleitor está vacinado”, disse Mauro Mendes, pontuando que tal “desespero” se dá pela possibilidade de ele ganhar as eleições em 1º turno, conforme vem demonstrando as pesquisas de intenções de votos.
O debate realizado pela Rádio Centro América FM foi o último antes da votação do 1º turno, marcada para o próximo domingo (07).