O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf (PSDB) voltou a negar, na quinta-feira (22), participação no suposto esquema de pagamento de propina e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
O parlamentar foi citado nos depoimentos do empresário Alan Maluf, sócio do Buffet Leila Malouf, e do delator, Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, ambos alvos da Operação Rêmora.
“Eu nunca participei de forma alguma, tanto é que cada um dos depoimentos converge fatos completamente diferentes. Estou aguardando a conclusão dessa investigação, vou prestar o depoimento, quero colaborar com a Justiça e tenho a certeza que nós vamos mostrar a verdade sobre esses fatos”, disse durante evento no Palácio Paiaguás.
Questionado se o fato mancha seu nome na política, o parlamentar disse apenas que não quer ser “condenado precipitadamente”.
“Hoje, o país vive uma onda de denúncias contra uma série de políticos, isso tudo acaba atrapalhando e manchando o nome, mas só quando você foge da discussão ou admite que é culpado. Eu só não quero ser condenado precipitadamente, quero mostrar minha inocência e vou fazer isso nos autos”, completou.
Citado em depoimentos
O empresário Alan Maluf afirmou, em seu depoimento que entregou R$ 40 mil ao deputado Guilherme Maluf a pedido do delator Giovani Guizardi.
Segundo Malouf – que é primo do presidente da Assembleia -, Guizardi teria dito que o dinheiro seria a parte do “Guilherme” no referido esquema, já que o parlamentar “tinha o real poder político dentro da Seduc”.
No depoimento, Malouf disse que não lembra o local em que entregou o dinheiro para o primo. Afirmou, porém, que o parlamentar não fez nenhuma indagação a respeito do dinheiro, recebendo-o de forma natural.
Guizardi, que por sua vez, revelou que o deputado ficava com 25% da propina arrecadada com as fraudes na Seduc.
Segundo ele, a propina era fixada em 5% sobre os valores que seriam recebidos pelas empresas que tinham contratos com a Pasta.
Deste montante, além dos 25% de Guilherme Maluf, segundo o delator, outros 25% eram destinados para o então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB); 25% para o empresário Alan Malouf; 5% para o ex-servidor da Seduc, Fábio Frigeri; 5% para o também ex-servidor Wander Luis dos Reis e 10% restantes ficavam para ele.
Os 5% entregues a Wander seriam “a titulo de administração do esquema (combustível, telefone celulares, energia, aluguel da sala comercial no Edifício Avant Garden – onde as reuniões do grupo criminoso eram realizadas – entre outras despesas)”, disse Guizardi, em seu depoimento.
Fonte: www.midianews.com.br